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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Literatura

Como fica a Literatura no Novo ENEM?
*Prof. Edir Alonso


Essa pergunta vem sendo feita por muitos dos meus alunos e também por meus leitores aqui no blog. Trata-se de uma questão fundamental para o nosso planejamento, ou seja, como iremos proceder nossos estudos para ingressar na universidade? Vamos à resposta:

O MEC acaba de divulgar a "matriz de habilidades" a serem exigidas no Novo ENEM. Veja, não se trata de uma lista de conteúdos, mas de uma série de capacidades que, de modo geral, se espera do estudante. Em termos práticos, não há, portanto, como nos vestibulares tradicionais, um rol de leituras obrigatórias ou mesmo uma indicação de que autores ou escolas literárias estudar.

Confira o que consta a respeito da Literatura no documento elaborado pelo MEC:

"Competência de área 5- Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 - Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional."

Essas habilidades estão inseridas na "Matriz de Referência de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias". Portanto, ainda há conexões entre o texto literário e conceitos de gêneros discursivos, recursos de estilo, figuras de linguagem e intertextualidade. Nesse sentido, também deve haver o diálogo entre a literatura e outras manifestações artísticas, como as artes plásticas (o que já vem ocorrendo no enem há alguns anos).

A melhor maneira de reconhecer um plano de estudos para essa nova prova é buscar o histórico do ENEM desde 98. O MEC alega que a prova exigirá conhecimentos mais específicos, mas divulga uma matriz de habilidades. Conclusão: a prova vai continuar com o espírito do velho ENEM.

Desde 98, quando da sua primeira aplicação, o exame se caracterizou pelo foco maior na interpretação e no raciocínio lógico, em detrimento de conceitos e fórmulas. Mas é importante assinalar que isso vem mudando, principalmente com a entrada do CESPE/UNB na elaboração das provas (desde 2006). Os últimos exames vem sendo um pouco mais pontuais em suas exigências.

Veja exemplos de questões do ENEM comentadas:

ENEM 98

Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís de Camões)

1- O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.
(A) “Amor é fogo que arde sem se ver.”
(B) “É um contentamento descontente.”
(C) “É servir a quem se vence, o vencedor.”
(D) “Mas como causar pode seu favor.”
(E) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

O poema exigido é um dos mais conhecidos textos literários de língua portuguesa, e, assim, provavelmente já tenha sido estudado pelo aluno.
Observe ainda o enunciado: ele já fornece o conceito que será exigido, a figura de linguagem denominada "antítese". Cabe apenas ao examinado identificar esse recurso em uma das alternativas.
Constatando-se a oposição entre "contentamento" e "descontente", temos como resposta a alternativa B .
Veja que, nesse caso, para simplificar as coisas, a prova tratou antítese (oposição)e paradoxo (contradição) como sinônimos, evitando a confusão entre conceitos semelhantes.

Veja uma questão semelhante feita seis anos depois

ENEM 2004

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.

(Carlos Drummond de Andrade)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Desta vez, cada alternativa fornece um conceito, cabendo ao aluno identificar qual conceito se aplica ao poema. O problema é que o leitor mais atento irá perceber duas figuras de linguagem ali colocadas: a ironia e a prosopopéia.
A ironia é, por si só, uma figura que exige um olhar mais aguçado do leitor. Ela só é perceptível analisando-se o contexto como um todo. As expressões "que beleza", "como cresceu", são normalmente interpretadas de forma positiva. Ocorre que, com o penúltimo verso do poema (que já tem cinco favelas), essa perspectiva se inverte, demonstrando que os "elogios" ao progresso, na verdade, constituem o oposto: uma crítica.
Por outro lado, a prosopopéia ou personificação fica evidente: a cidade "cresceu", ficou "notória" e tornou-se "prima-rica" de outra.

O maior desafio da questão está em perceber no enunciado: "Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a". Ou seja, qual a figura mais importante para a produção do efeito do poema? Ora, vimos que o texto promove um crítica ao crescimento desordenado das cidades e ao paradoxo entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento humano. Assim, a figura essencial do texto é a que constrói a crítica: a ironia.
Portanto, a resposta é a alternativa C.

O ENEM 2006 já traz uma questão mais tradicional, como as de vestibular, exigindo o conhecimento prévio de autor/obra/período literário.

ENEM 2006

Erro de português

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido
O português.

Oswald de Andrade. Poesias reunidas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

O primitivismo observavel no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante

A) o regionalismo do Nordeste.
B) o concretismo paulista.
C) a poesia Pau-Brasil.
D) o simbolismo pre-modernista.
E) o tropicalismo baiano.

O conhecimento a respeito da obra do modernista Oswald de Andrade encaminha a aluno à alternativa C.

Por fim, vamos analisar uma questão do último ENEM:

ENEM 2008

O canto do guerreiro

Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?

Gonçalves Dias.


Macunaíma

(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera
tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais
ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos,
aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?

Mário de Andrade.

A leitura comparativa dos dois textos acima indica que

A) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heróica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
B) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.
C) as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1.o texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2.o texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.
D) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.
E) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto.

Nessa questão, uma das de melhor nível apresentadas no processo ao longo desses dez anos, o aluno deve relacionar os textos aos períodos em que foram produzidos.

O texto 1 é um poema do Romantismo brasileiro, da geração indianista, em que o índio é concebido, de forma idealizada, como figura heróica, símbolo nacional, portador das virtudes da força, da bravura, da honra, extensivas a todos os brasileiros.

Já o texto 2, fragmento de "Macunaíma", insere-se na fase heróica do Modernismo, que se caracteriza pela reconstrução crítica da identidade nacional brasileira, via de regra, utilizando-se da ironia para desconstruir o idealismo herdado dos românticos.

Assim, podemos opor o Romantismo Idealista ("quem há como eu sou" - não há herói como o índio) ao Modernismo irônico ("Quem podia saber do herói?" - ausência da figura heróica). Resposta, portanto, letra C.


A conclusão disso tudo, é que o candiato deve ter um conhecimento amplo da literatura, desde a teoria básica (texto literário, conotação, figuras de linguagem, gêneros literários), passando pelas Escolas literárias (desde as primeiras manifestações, com a Carta de Caminha até o Pós-Modernismo), incluindo os principais autores e obras de nossa literatura (Machado, Lima Barreto, Oswald, Bandeira, Drummond, Graciliano, Guimarães Rosa, Clarice ...).

Mas não se assuste! Não é preciso ser um profundo conhecedor dos detalhes de cada obra, mas sim ter um conhecimento geral daquilo que é essencial dentro da disciplina.

Fonte: Blog Literatura-Edir

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