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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Trabalho diversificado: Procedimento que atende às diferenças individuais dos alunos
Maria Cristina Etto Maria Regina Peres

Nos últimos anos, tem-se observado um interesse crescente pela busca de propostas alternativas para o cotidiano do processo educativo. As propostas desenvolvidas em sala de aula, geralmente, apresentam-se embasadas em pressupostos teóricos que valorizam o conhecimento como algo pessoal, inacabado, passível de transformação, que pode ser construído especialmente através da interação do indivíduo com o meio físico e social.

Nessa perspectiva, o processo ensino-aprendizagem é considerado um ato intencional significativo no qual o indivíduo adquire informações através da problematização, do levantamento de hipóteses, da compreensão, do contato com a realidade, com o meio ambiente, com outras pessoas, enfim, com as interações que realiza.

Dentre os teóricos interacionistas que defendem essas ideias, destacamos L. S. Vygotsky pela sua relevante contribuição sobre o desenvolvimento e a aprendizagem. Segundo esse autor, o nível de desenvolvimento real representa o estado alcançado pela evolução das funções já amadureci-das pelo indivíduo, fruto do processo de desenvolvimento já atingido. O grande desafio está no nível de desenvolvimento potencial, que representa o que o indivíduo poderá alcançar em matéria de aprendizagem com o auxílio do professor, dos colegas de classe ou através de outras interações. A distância entre o nível real e o nível potencial é representada pela zona de desenvolvimento proximal, que se constitui em um nível intermediário ideal para a atualização do professor.

Assim, o professor não poderá ter uma postura autoritária, impondo, entre outras coisas, um conhecimento pronto, acabado, inquestionável, sem significado para o aluno, nem ser omisso, caindo em um espontaneísmo pedagógico em que tudo é permitido incontestavelmente. O professor assume a postura de mediador, proporcionando diferentes alternativas para a construção do conhecimento, como, por exemplo, através de atividades diversificadas e contextualizadas, uma vez que nelas se consideram o desenvolvimento pessoal e a realidade do aluno, respeitando-se assim sua natureza, levando-o a refletir e a problematizar os temas de ensino.

O aluno é considerado um ser histórico e social que interage com o meio físico e com o patrimônio sócio-histórico, como a linguagem, os valores, as normas, entre outros, através da convivência com diversos indivíduos, num processo pessoal de experiência mental e reflexiva sobre esses mesmos patrimônios, revendo-os e reconstituindo-os, visando a incorporá-los aos conhecimentos já adquiridos.

Dessa forma, a escola deverá levar em conta a curiosidade e os interesses dos alunos e respeitar o seu conhecimento inicial, proporcionando, ao mesmo tempo, a ampliação deste último através da reflexão, da problematização, do confronto com o conhecimento científico. A construção desses conhecimentos pode, portanto, ocorrer através da
mediação com o próprio objeto do saber, como livros, revistas, meios de comunicação de massa, jogos, colegas de
classe, professores...

Assim, a sala de aula constitui-se em espaço privilegiado de interações onde se reproduzem as relações sociais, onde o aluno essencialmente interage com o objeto de conhecimento, juntamente com o professor e os colegas de classe.

Por tudo isso, torna-se fundamental refletirmos sobre como temos utilizado o ambiente escolar, incluindo a sala de aula, no seu contexto físico e social.

Por que trabalho diversificado?
Primeiro, porque os alunos apresentam interesses e motivações variados e, depois, porque cada um tem um ritmo próprio de desenvolvimento que deve ser considerado e respeitado.

Trabalho diversificado é aquele em que o professor subdivide a turma em grupos que desenvolverão, ao mesmo tempo, atividades diferentes, dirigidas ou não pelo educador. Por exemplo, enquanto um grupo recebe orientação direta do professor, os outros trabalharão independentemente, em atividades como leitura silenciosa, redação, exercícios escritos, atividades artísticas, jogos didáticos, etc.

O trabalho diversificado em sala de aula apresenta-se em nossas escolas como um procedimento capaz de atender às diferenças individuais dos alunos, em seus vários aspectos. Justifica-se, principalmente, pelo fato de os alunos encontrarem-se em pontos diferentes quanto ao nível de desenvolvimento físico e mental, ao ritmo de aprendizagem, aos interesses, às aptidões e às experiências vividas.

Os objetivos do trabalho diversificado são:a) Propiciar a cada aluno orientação para evitar ou corrigir falhas, superar deficiências e atender ao ritmo individual de aprendizagem. É muito difícil, em classes numerosas, o professor atender a todos os seus alunos; portanto, se trabalhar com pequenos grupos, poderá conhecer e atender melhor os indivíduos de acordo com as peculiaridades de cada um.
b) Oportunizar o maior número de participação direta de cada aluno nas atividades propostas. A participação do aluno nessas atividades é essencial para o seu processo de aprendizagem. É importante que ele se perceba como integrante do grupo, interagindo em todas as experiências de aprendizagem.
Ao propor o trabalho diversificado, o professor deve considerar que a sua turma é, antes de tudo, um grupo social e, como tal, deve realizar atividades coletivas. Deve, também, ter em mente a organização de atividades em três níveis: no coletivo (com a turma toda), em pequenos grupos e individualmente.

As atividades podem se diversificar em diferentes situações educacionais. Como exemplo, destacamos aquelas em que existam:
• Diferenças acentuadas nos interesses dos alunos em certas atividades.
• Alunos com deficiências determinantes.
• Materiais didáticos em número insuficiente.
• Materiais com pouca visibilidade a distância.
• Alunos com dificuldades de ajustamento. Para propor um trabalho diversificado em sala de aula, o professor deve estar consciente de que os alunos terão que ser preparados para trabalhar de forma independente.
Sugerimos que, num trabalho independente, os alunos devem:
• Observar os momentos de escutar o outro.
• Cuidar do tom de voz para não atrapalhar os demais grupos.
• Refletir e compreender as orientações orais e escritas.
• Realizar a atividade proposta até o fim sem a interferência direta do professor.
• Avaliar a atividade realizada com a intervenção do professor e dos colegas.
• Ter cuidado na movimentação dentro da sala de aula.
• Realizar o trabalho com independência, persistência, organização e responsabilidade.
• Buscar constantemente as diversas fontes de informação.
Podemos desenvolver essas sugestões utilizando cartazes, fichas de leitura, fichas de avaliação, etc.

Organizando a sala de aula
A organização da sala de aula para um trabalho diversificado não deve ser fixa, e sim determinada pelos objetivos a serem trabalhados em cada atividade, pelas próprias condições físicas do prédio e pelo número de alunos existentes em cada classe.

Marcozzi e outros autores sugerem formas de organização da sala de aula que prioritariamente devem atender aos objetivos do trabalho pedagógico, lembrando que sempre se parte de uma arrumação básica, pois permite uma movimentação rápida de alunos e mobiliário.

Na organização da sala de aula para o trabalho diversificado, devem ser consideradas as questões a seguir:
• Como organizar a sala de aula de forma a permitir que o trabalho diversificado ocorra com maior facilidade, tornando-o parte do cotidiano da escola?
• Como estão distribuídas as mesas, visando a atender melhor ao trabalho diversificado dos grupos?
• Os alunos têm acesso ao material de que necessitam?
• Para agilizar parte do trabalho diversificado, a sala foi dividida em cantinhos da leitura, do jogo, da matemática, das atividades manuais?
Os cantinhos devem ser construídos pouco a pouco, atendendo às expectativas e às necessidades dos indivíduos. Eles devem se apresentar organizados previamente.
Nesses cantinhos, devem aparecer os materiais sugeridos a seguir:
• Cantinho da leitura: livros atraentes com novidades constantes, jornais, revistas, livros criados pelos alunos.
• Cantinho do jogo: quebra-cabeça, jogos de encaixe ou construção, dominó, entre outros.
• Cantinho da matemática: blocos lógicos, sólidos geométricos, material dourado, ábaco.
• Cantinho de atividades manuais: papel jornal, lápis de cera, lápis de cor, massa de modelagem, argila, tesoura, papéis coloridos, pincéis, tintas, material para recorte e colagem, material de sucata.
Outros cantinhos poderão ser construídos de acordo com a realidade e a necessidade dos alunos.

A organização dos grupos para o trabalho diversificado deve atender a alguns critérios, tais como:
• O número de grupos e a quantidade de elementos não são fixos e devem atender aos objetivos do trabalho.
• O número de grupos a serem formados dependerá da habilidade do professor em conduzi-los.
Sugerimos que:
• Ao se iniciar um trabalho diversificado numa classe, que ela seja dividida em dois grupos — um dirigido pelo professor e outro que trabalhará independentemente. Isso facilitará, inicialmente, a movimentação da turma e dará maior segurança aos alunos e ao professor num trabalho novo.
• Ao organizar os grupos, os alunos não apresentem grandes diferenças, quer para aprender um conteúdo novo, quer para corrigir e superar deficiências.
• A introdução do trabalho diversificado seja gradativa, pois, quando se diversificam muitas atividades no mesmo dia, podem ocorrer dificuldades na movimentação dos alunos na sala, gerando uma queda no rendimento do trabalho.
Planejando atividades
Para planejar um trabalho diversificado, é preciso:
• Prever o tempo que se gastará com o grupo dirigido para se organizar a atividade independente.
• Organizar a atividade independente de acordo com as necessidades e possibilidades do grupo, com orientações claras, para que os alunos atuem interessados e motivados e não precisem recorrer constantemente ao professor.
• Arrumar a sala de aula com a previsão da disposição de carteiras, cantinhos, flanelógrafo, quadro de pregas, de modo a facilitar a movimentação dos alunos, evitando que um grupo perturbe o outro.
• Iniciar o trabalho fazendo uma assembleia que servirá para integrar os alunos e professores para que, juntos, tomem decisões sobre o encaminhamento das atividades a serem desenvolvidas.
• Preparar os alunos para as modalidades de trabalho independente (orientação, hábitos de estudo e organização) e de trabalho de grupo (indivíduos que trabalham em conjunto para solução de problemas em que cada um é responsável pelo trabalho de todos).
• Distribuir os alunos pelos grupos, definindo quem vai fazer trabalho dirigido e quem vai fazer trabalho inde-pendente.
• Corrigir os trabalhos e avaliar os resultados obtidos. Destacamos que o trabalho independente deve ser avaliado para que os alunos não se desmotivem ao realizá-lo e possam superar suas possíveis falhas.
Conclusão
O trabalho diversificado em sala de aula constitui-se em uma alternativa capaz de atender às diferenças individuais, envolvendo os alunos em diversas atividades, criando um ambiente de trabalho amistoso e atraente, onde todos tenham a oportunidade de trabalhar a cooperação, o respeito e a convivência em grupo, e entendendo que, apesar das diferenças pessoais, existem interesses, objetivos maiores, que são comuns para serem conquistados.
Referências Bibliográficas
FARIA, Yara Prado de. Por Que Trabalho Diversificado? Revista Criança, Minas Gerais, nº 20, jan. 1989.
MARCOZZI, Alayde Madeira; DORNELLES, Leny Werneck; REGO, Marion Villas Boas Sá. Ensinando à Criança: um Guia para o Professor. 3. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1976.
SMOLKA, A. L. B. A Prática Discursiva na Sala de Aula: uma Perspectiva Teórica e um Esboço de Análise. Cadernos Cedes, São Paulo, nº 24, 1991.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Fonte: Revista do professor. Ano XIII, nº 50, abr. a jun., Porto Alegre: CPOEC 1997. p. 26–27.
Maria Cristina Etto é licenciada em Pedagogia e pós-graduada em Teorias e Práticas Atuais, em Administração Educacional e Psicologia Escolar.
Maria Regina Peres é licenciada em Pedagogia e Biologia e pós-graduada em Educação – Metodologia do Ensino.

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