Centenário de Patativa do Assaré. Os mandatos comunistas e a cultura popular. Autores: Arievaldo Viana e Jô OliveiraPatativa centenário Orgulho do meu Nordeste, Foi o bardo que cantou Serra, sertão e agreste, Foi poeta e lavrador Um caboclo lutador Legítimo cabra da peste.
Os mandatos comunistas Reconhecem seu legado; A favor de quem trabalha Sempre levantou seu brado, Foi do caboclo roceiro Defensor e companheiro Um porta-voz aclamado.
Ceará, o nosso Estado, Seguindo esse itinerário Reconhece a sua luta E seu valor literário Orgulha-se deste filho E quer festejar com brilho Seu primeiro centenário.
Senador Inácio Arruda, Vereadora Eliana, Deputado Chico Lopes Nessa luta se irmana Junto com Lula Morais, Patativa foi demais Por isso a gente se ufana!
Um mandato comunista Deve sempre se orgulhar Dos heróis de nossa gente E sua luta sem par Em defesa do povão Da terra e da tradição Da Cultura Popular!
No dia 5 de março, Mil novecentos e nove, Nasceu Antonio Gonçalves Poeta que nos comove Tenho tudo na memória E vou contar sua história Para que ninguém reprove.
Filho de pais lavradores Lá em Assaré nasceu No meio daquela gente Nosso menestrel viveu Transformando em poesia As lutas do dia-a-dia, Só parou quando morreu.
Deixou verdadeiras pérolas Da poesia matuta Como o belo “Ingém de ferro” Cuja força absoluta Venceu o “Ingém de pau”... O mestre achou isso mau Condenou a força bruta.
“Triste Partida” é a página Do nosso cancioneiro Que se tornou conhecida Por este Brasil inteiro Na voz de Luiz Gonzaga Narrando a penosa saga De quem parte sem roteiro.
Com “A morte de Nanã” Patativa denuncia O descaso dos políticos E a grande tirania Dos senhores abastados Que tratam seus empregados Com desprezo e soberbia.
Raimundo Fagner gravou “Vaca Estrela e boi Fubá” Onde o poeta matuto Não nega o seu “naturá” Quem a conhece, que diga: É a mais bela cantiga Nascida no Ceará!
“Cabôca dos zói redondo” É outra canção gravada Por nosso Téo Azevedo Foi a mesma musicada, O Chico Salles gravou E em sua obra deixou Essa pérola registrada.
Gereba então musicou “A festa da natureza” Na voz de Raimundo Fagner Ficou mesmo uma beleza... Para quem ama este chão Ele cantou o sertão, Cariri e Fortaleza!
O Patativa não foi Propriamente um cordelista A poesia matuta Tem outro ponto de vista A linguagem é diferente Mesmo assim a gente sente A grandeza desse artista.
Ele fez alguns cordéis E fez sonetos também Numa linguagem correta (Que talvez passem de cem) Lia Camões, Castro Alves, Os poemas de Gonçalves Por isso escrevia bem.
O seu linguajar matuto Foi mesmo uma opção Pois não era analfabeto... Mas por amar seu torrão E toda a classe matuta Descreveu a sua luta Com singular expressão.
Por isso vou relembrar Uns versos que eu já fiz Falando da identidade Do povo do meu país Uma vacina segura Para a geração futura Ser consciente e feliz:
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