Destruição
Os amantes se amam cruelmentee com se amarem tanto não se vêem.Um se beija no outro, refletido.Dois amantes que são? Dois inimigos.Amantes são meninos estragadospelo mimo de amar: e não percebemquanto se pulverizam no enlaçar-se,e como o que era mundo volve a nada.Nada, ninguém. Amor, puro fantasmaque os passeia de leve, assim a cobrase imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.Deixaram de existir mas o existidocontinua a doer eternamente.DESTRUIÇÃO, Carlos Drummond de Andrade
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