Um dia...
Um dia o meu cavalo voltará sozinho
E virá sentar-se naquele mesmo café,
A ler, com as pernas cruzadas, o jornal do dia
- alheio inteiramente à espantação do mundo!
[Mario Quintana; Velório sem defunto, 1990]
Orquestra
A coisa mais solitária do mundo é um solo de flauta
Em compensação a tua cabeça está cheia de borboletas estrídulas
Mas eu deixo tombar das minhas mãos o pandeiro de guizos
E, na verdade, o que eu tenho é uma alma de violoncelo
grave, profunda, triste...
[Mario Quintana; Velório sem defunto, 1990]
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